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Rim, fígado e pulmão são os órgãos mais transplantados no Rio Grande do Sul

Rim, fígado e pulmão foram os órgãos mais transplantados no Rio Grande do Sul em 2023, segundo relatório da Central de Transplantes da Secretaria da Saúde do estado (SES-RS). No ano passado, 753 órgãos captados de doadores com morte encefálica permitiram a realização de 515 transplantes de rim, 137 de fígado, 36 de pulmão e 20 de coração.  Ao todo, 712 transplantes de órgãos foram realizados em 2023. O número de transplantes é maior desde 2020.

Conforme as SES-RS, o número de notificações de morte encefálica – 838 – foi o maior desde o início da série histórica, em 1996. Já os 285 doadores efetivos só ficaram abaixo dos 295 de 2017. O total de transplantes envolvendo órgãos sólidos e também tecidos e medula cresceram. Foram 1.867 procedimentos realizados no ano passado, superando os 1.354 em 2022.

Ainda de acordo com o relatório, os transplantes de 2023 superaram em 19,6% os de 2022, 16,9% os de 2021 e 14% os realizados em 2020. O número também ficou bastante próximo dos 721 de 2019 e mesmo dos 739 ocorridos em 2018.

Os transplantes de órgãos são a última alternativa para indivíduos que enfrentam falência definitiva de órgãos vitais ou tecidos. No caso do rim, quando há insuficiência renal crônica. A doença pode ter diversas causas, como explica a médica nefrologista e especialista em transplante renal, Rubia Boaretto.

“Doenças como diabetes, hipertensão — que podem ser tratadas — e que passam muito tempo sem diagnóstico e manejo correto, levando à perda do órgão. A falta de informação a respeito das doenças renais, que passam assintomáticas. E o fato de a população estar envelhecendo, esse tempo de acometimento que lesam o rim é cada vez maior. O envelhecimento por si só contribui para a doença renal”, explica.  

Conforme a SES-RS, a meta do estado é reduzir a espera com a realização de 1.502 transplantes de órgãos e de córnea em 2024 e atingir um número de doações 36,5% superior ao de 2023.

Lista de espera

A advogada especialista em Direito da Saúde Nycolle Soares explica que, no Brasil, existe somente uma lista de espera única para transplante de órgãos.  Para receber um órgão, o potencial receptor deve estar inscrito na lista.

“Cada doador e cada receptor fica vinculado a esta fila por critérios de urgência e compatibilidade, independente do órgão em si. Até porque você precisa de uma segmentação dos tipos de órgão, porque você faz os procedimentos em estruturas separadas. Mas o que delimita como é feita essa fila é justamente o critério de necessidade, do ponto de vista do tempo em compatibilidade”, afirma

Segundo a secretaria, no estado, 2.578 pacientes estão na lista de espera de um transplante. A maior fila é para transplante de rim, com 1.228 pessoas. Outras 1.110 aguardam transplante de córnea, 162 de fígado, 63 de pulmão e 15 de coração. 

O médico neurocirurgião Bruno Burjaili destaca a importância de estimular a doação de órgãos. “Todos temos que pensar que podemos precisar de órgãos ao longo da nossa vida e que gostaríamos muito de receber doações de outras pessoas nessa circunstância. Então, por que não doarmos? Existem questões, pessoais, filosóficas, religiosas, que podem motivar a pessoa a doar ou não doar e tem que ser absolutamente respeitado. Mas esse raciocínio humanitário, solidário é muito válido”, ressalta. 

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